Assim como os seres humanos, o cachorro de apartamento também precisa de exercícios físicos para se manter feliz e saudável. No entanto, a vida moderna e agitada das grandes cidades tem provocado mudanças bruscas no estilo de vida de muitos pets. Acabam, assim, dando origem a vários problemas de saúde física e mental.

Antigamente, grande parte da população morava em casas. Com isso, os cães (e os gatos também), podiam crescer soltos pelos quintais e pelas ruas. Os animais entravam em contato com indivíduos de outras espécies desde cedo e aprendiam a socializar. Correr, pular, cair, lutar e brincar era parte da rotina.
Hoje, isso mudou bastante. Apesar de possuir praticamente todos os instintos, o cachorro de apartamento não possui o espaço nem a liberdade para se movimentar que os seus ancestrais possuíam.

"Cães como o Border Collie, o Labrador e o Golden Retriever adoram correr, caçar, brincar e até nadar. Isso faz parte do comportamento natural deles e é muito importante para o desenvolvimento e felicidade do animal", afirmou o veterinário Éder França da Costa, especializado em Cardiologia Veterinária.
Morando em apartamentos, sem a possibilidade de fazer todas as atividades que desejam - e, muitas vezes, com uma dieta desequilibrada - a tendência dos animais é engordar rapidamente. O sedentarismo também favorece a perda de massa muscular, diminuindo a força e a capacidade aeróbia dos pets.

"Problemas ortopédicos e metabólicos, como o diabetes - típicos de seres humanos sedentários - têm se tornado cada vez mais comuns entre os pets", destacou o veterinário Alex Jader Sant'Ana.

Falta de Tempo
Além da falta de espaço para se desenvolver e se exercitar, a falta de tempo dos tutores é outro fator preocupante, que pode gerar graves transtornos de comportamento. Hoje, a rotina de trabalho das grandes cidades faz com que as pessoas passem oito, dez, 12 horas fora de casa. E, muitas vezes, o cachorro de apartamento passa esse tempo todo sozinho.

"Os cães costumam ser retirados muito cedo do convívio com a mãe e com os irmãos - e não aprendem a socializar. Assim, a única referência que eles têm são os tutores, que podem passar a maior parte do tempo fora de casa", disse França da Costa.

Sem companhia, a tendência dos pets é ficarem entediados e tristes. Os brinquedos perdem a graça e a disposição para correr e se movimentar se esvai. Isso gera frustração, estresse e transtornos de comportamento, como agressividade e síndrome da ansiedade da separação.

Dicas para combater o sedentarismo do seu cão:
1. Realizar atividade física regular - pelo menos três passeios de 30 a 40 minutos por dia, com direito a corridas e outros desafios físicos adequados para a raça e idade do cão.
2. Ter uma alimentação equilibrada - seja com ração ou alimentos naturais, os cães devem ter suas necessidades nutricionais atendidas, evitando alimentos e quantidades que possam provocar obesidade e outras doenças.
3. Ter vida social - o cachorro de apartamento precisa conhecer outros cães, humanos e espécies para se desenvolver emocionalmente, socialmente e cognitivamente.
4. Acompanhar com o Veterinário - algumas dores e doenças podem fazer com que o cão fique mais quieto e não queira se exercitar. Os tutores não podem tratar isso como algo normal. Em contrapartida, a atividade física pode até vir a ser contraindicada, como no caso de algumas doenças cardíacas. Por isso, acompanhar com o médico veterinário é a melhor forma de garantir uma vida plena para o seu companheiro.